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outubro 22, 2016

“A Chave de Casa” (2007)

A escrita de Tatiana Salem Levy é simples mas poética, gera ritmo que nos envolve, cria fluir que nos arrasta. Com uma história que apesar de também simples, está estruturada de modo não-linear, por meio do entrelaçamento de 4 histórias, em paralelo, que se unem na figura da família da narradora. Enquanto primeira obra e enquanto trabalho de projeto a apresentar como parte de uma tese de doutoramento em literatura, é um trabalho surpreendente.


Abertura do livro: “Escrevo com as mãos atadas. Na concretude imóvel do meu quarto, de onde não saio há longo tempo. Escrevo sem poder escrever e: por isso escrevo. De resto, não saberia o que fazer com este corpo que, desde a sua chegada ao mundo, não consegue sair do lugar. Porque eu já nasci velha, numa cadeira de rodas, com as pernas enguiçadas, os braços ressequidos. Nasci com cheiro de terra úmida, o bafo de tempos antigos sobre o meu dorso. Por mais estranho que isso possa parecer, a verdade é que nasci com os pés na cova. ”
Levy começou a sua tese da forma mais tradicional, desenvolvendo um trabalho de fundo sobre a literatura brasileira contemporânea, contudo a insatisfação com o academismo do mesmo acabaria por a conduzir à criação deste romance, que surge desta forma como a sua primeira obra literária. A essência deste seu trabalho acaba assim por residir na exploração das raízes do Si por meio de uma análise em detalhe das suas ramificações familiares, que são particularmente instigantes pelo resumo que se pode ver aqui:
Excerto: “Nasci no exílio: em Portugal, de onde séculos antes a minha família havia sido expulsa por ser judia. Em Portugal, que acolheu meus pais, expulsos do Brasil por serem comunistas. Demos a volta, fechamos o ciclo: de Portugal para a Turquia, da Turquia para o Brasil, do Brasil novamente para Portugal.”
Na temática, o título da obra, “A Chave de Casa”, e seu leitmotiv, baseiam-se exatamente num mito em redor da partida dos judeus de Portugal. Os judeus, perseguidos pela inquisição em Portugal, fugiam levando consigo as chaves de casa, na esperança de poderem voltar um dia ao que era seu. O livro por sua vez leva-nos do Brasil, à Turquia, na volta passa por Portugal, criando um circuito de costumes, sonhos, ideais, e muitos fantasmas que são a motivação das nossas vidas.

Em termos de estrutura, o entrelaçar narrativo a 4 tempos é sedutor, mantém-nos em suspenso, sempre na espera do próximo trecho de cada história, embora soe por vezes algo formulaico, pouco orgânico, algo que não é alheio à inexperiência de uma primeira obra.

julho 24, 2016

Fazer um doutoramento?

A arte serve um propósito muito claro que por vezes parecemos olvidar e que assenta na expressão pessoal. É isso que dá à arte toda a sua a vida, autenticidade, e interesse para os demais. No acesso a uma obra, o que se procura saber é, o que contém ela, que nos diz ou pretende dizer, e porque o faz. Ora é exatamente isto que temos em “Carnets de These”, um relato de uma experiência pessoal transformada numa sequência gráfica capaz de abrir um canal de comunicação entre autor e recetor.




"Quando uma jovem professora do ensino secundário deixa tudo para se lançar, eufórica, na realização de uma tese de doutoramento, está longe de imaginar o caminho da cruz que a espera."

Do lado da autora, a obra tem um propósito muito claro, funcionar como catarse, libertação da mágoa de uma experiência dolorosa. Do lado do leitor, temos a identificação por parte de académicos e de quem o tentou, ou tenta, ser. Quem por lá passou reconhece passo a passo, mas talvez o público mais importante, em minha opinião, sejam todos aqueles que olham com algum encantamento para a academia, deixando-se seduzir por esta, ou pelas imagens criadas sobre esta.

Como em todas as profissões, mundos ou culturas, existem momentos, pessoas e elementos, bons e maus, nalguns universos de trabalho os piores aspetos são evidentes e não requerem enfatização, noutros, como o mundo académico, isto é uma necessidade fundamental, não só porque se trata de um meio bastante fechado, com regras muito próprias, mas porque as poucas vezes que tem sido discutido em público, é-o a partir de um ponto de vista externo, o que só tem servido para gerar ainda maior misticismo à volta da profissão.

Não ajudam os Indiana Jones, nem os Robert Langdon’s de Dan Brown, assim como ajuda ainda menos as histórias dos professores e alunas de Philip Roth, mas no campo mais documental o contributo de obras sobre Einstein, Turing ou John Nash ficam ainda mais aquém. Mostra-se apenas um ponto-de-vista que sendo por isso já enviesado, é ainda por cima fortemente artificializado, embelezado, praticamente “photoshopado”. É verdade que o entretenimento não é arte, não procura a expressão interior dos autores, apenas e só a massagem dos recetores, mas com o passar dos anos e das obras vai-se criando na sociedade uma ideia errónea, e que vai servindo para atrair quem apenas conhece este mundo por essas vias.

Professor "Indiana Jones" em "Raiders of the Lost Ark" (1981)

Investigador Alan Turing em "The Imitation Game" (2014)

“Carnets de Thèse” funciona assim em contraciclo destas obras, desde logo porque é feita a partir do interior da própria vida académica, de alguém que largou tudo para investir três anos na construção de uma tese de doutoramento, sobre Kafka, e no final em vez de uma tese acaba a criar esta banda desenhada, que não fala sobre o seu motivo de tese, mas fala sobre o seu processo de construção dessa tese. São muitas as questões aqui levantadas, e algumas as respostas dadas. Pode existir, aqui e ali, algum exagero até porque o discurso se pretende dotado de alguma comicidade, mas na generalidade não está longe da realidade, em termos de orientadores, secretárias, família, namorados, políticos, no fundo caracteriza imensamente bem todo o desprezo humano e científico que envolve o processo, que acaba sendo penoso, e até doloroso.

Apesar de focado sobre o caminho e processo, a crítica não se limita a essa passagem e vai ainda no sentido de questionar o seu propósito, ou melhor, a sua valia para a sociedade, o reconhecimento, nomeadamente no momento de rentabilizar o esforço em termos de empregabilidade, uma realidade tantas vezes escamoteada, desculpada, atirada para debaixo do tapete, e que aqui é sarcasticamente bem apresentada pela defesa de "valores mais altos, da academia acima de todos os males, academia é ciência e nada de tão puro pode ser mau".

Podemos desejar acreditar em tudo isto, mas não devemos nunca esquecer que a academia é um mundo de trabalho, não é um lugar imaginário protegido das agruras do quotidiano, pior ainda, que não é habitado por heróis ou messias mas por seres humanos como todos nós. Como tal, se tem muitas coisas boas, não deixa de ter muitas más, e que o caminho que se faz depende de cada um, do seu empenho, mas por vezes, talvez mais, das incertezas e da sorte, que decorrem de escolhas feitas pelo indivíduo, mas muito dos gostos subjetivos daqueles que o rodeiam, assim como ainda de estar no sítio certo no momento certo.

Neste caso, apesar da verdadeira Tiphaine Rivière não ter chegado ao fim da sua tese, fico imensamente contente de ver e ler este seu trabalho, fruto do blog que começou na sua caminhada e que acaba compensando totalmente a ausência de uma tese, não apenas pela acutilância e profundidade analítica do seu processo, mas também pelo enorme sucesso que já conheceu, com traduções para espanhol, italiano e inglês (sai em Novembro), a demonstrar que as pessoas se reconhecem nestas caricaturas.

julho 24, 2010

Doutoramento em Interactividade e Audiovisual

Doutoramento na U. Minho com especialidades em
Media Interactivos e Comunicação Audiovisual

Abrem dia 26 Julho 2010 as candidaturas à segunda edição do curso de doutoramento em Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, que tem como áreas de especialidade os Media Interactivos e a Comunicação Audiovisual

A este concurso poderão concorrer, até 7 de Setembro, todos os candidatos interessados que reúnam os requisitos constantes do Edital. No caso de as vagas não terem sido preenchidas, haverá uma nova fase que irá de 27 de Setembro a 1 de Outubro. As condições de acesso e o modo de proceder podem ser consultados AQUI.

Para mais informações: secposgrag@ics.uminho.pt | (+351) 253 604 696.

julho 17, 2007

the end :)

Foi ontem às 10h00 da manhã que acabou. Foram 3 horas com algumas partes duras, mas que no geral correu muito bem. A apresentação foi feita no tempo indicado com 29'20'', e depois o Prof. Abílio Hernandez da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (na imagem em baixo) deu inicio à primeira arguência optando por discutir acima de tudo os tópicos da área de cinema com especial detalhe para a estética. A sua arguência originou um diálogo interessante e fecundo sobre a relação entre a Ficção e o Virtual.

Já na segunda arguência o Prof. Mário Rui Gomes do Instituto Superior Técnico da Universidade Lisboa optou por não fazer um comentário e colocar as questões, mas pelo método de pergunta resposta interactiva, o que levou a que eu poucas vezes tivesse oportunidade e tempo para responder justificando o pensamento. Concentrou-se mais sobre a área da computação gráfica pura quando a tese em análise estava inserida no campo de estudos dos novos media. A abordagem da realidade virtual nesta dissertação era de base artístico-comunicacional e não tanto da sua operacionalidade algorítmico-matemática.

Finalmente o Prof. Fernando Ramos da Universidade de Aveiro lançou-me a questão da aplicabilidade das teorias apresentadas em ambientes de Second Life. O Prof. Anthony Barker meu co-orientador destacou o lado da arte e do humano como fundamental na concepção artística em detrimento da máquina. Finalmente o meu orientador, o Prof. Vasco Branco defendeu o campo científico da tese apresentada e frisou a questão da verdade em ciência, apontando que a tese tinha o cuidado de evitar o uso de expressões demasiadamente assertivas que pudessem conter a tentação de conduzir à assunção de verdades absolutas.

Posto tudo isto, as provas terminaram e o Júri deliberou a aprovação por unanimidade [1] das provas apresentadas.



[1] A Universidade de Aveiro não atribui notas aos doutoramentos, a única variação decorre entre Reprovação e Aprovação, havendo como única distinção no caso da Aprovação, o reconhecimento da votação dos elementos do Júri que poderá ser por Unanimidade ou apenas Maioria.

julho 04, 2007

phd defense

O blog tem andado agora um pouco parado porque o dia D aproxima-se a passos largos. Faltam já menos de duas semanas e a defesa da tese começa a incomodar o espírito fortemente. As dificuldades em dormir descansado ou em pensar em outras coisas, apesar de toda a vida normal continuar a ter de se realizar, parece que tudo se direcciona apenas para aquele fim. Será então já no próximo dia 16 de Julho, 2007 que chegará ao fim uma caminhada de 5 anos de investigação.

março 29, 2007

Thesis delivered


Thesis delivered today at 2 p.m.
Now i'll have to wait for the Jury deliberation and choosing of the defence day. In the mean time i'll try to rest a bit.

março 15, 2007

Second Version Done


First supervisor reviewing process completed. Second version delivered, waiting for second and last supervisor reviewing.

fevereiro 28, 2007

First Version Done


completion of the first version without revisions. at last a first a look at the white paper brick

dezembro 11, 2006

Pressure...

After 3 months of pure PhD outlining, only, without writing a single page or even a single chapter, no more delays are allowed. Pressure is up and i need to go for it, write it an so finish it... deliver it... defend it... get rid of it...

outubro 06, 2006

New move


In my last post I made my plans according to the end of lessons by September and taking into account the no continuity of the teaching activity at UA at least in 2007. However, life is short and keeps changing our most elaborated plans. I've been invited to teach at the University of Minho. Thus since September 2006 I've been teaching there full time.

By now, my scheduling to finish the thesis by May, 2007 seems a bit unrealistic with all the battle fronts open. Anyway I'll pursue this goal. For that, publications and other matters must slow down or even stop in order to let me focus only on the writing between lessons and family time.

maio 20, 2006

may.2007

the prototyping - december.
integration of theory, data analysis and software design process - january
translation - february
final writings - may

novembro 04, 2005

no Time

I've never been the type of a daily writer. However since last April time is really not enough. I've a new role in the world since April, I became a father on the 18th of April. And also, since September I'm teaching at my University in full time. Beyond that I've to proceed with my PhD.

About being a father, it's a great thing, is new and it takes time. On the other side, teaching is also interesting but it takes even more time. So for the PhD it only rests a very little amount of time. I should finishing middle of next year, however by now I've already accepted that it will have to wait till the end of 2006.

In the middle of all this, it should be obvious that I couldn't have time for this Blog, at least during this period. However, I'm still publishing information and collecting Links in another page (in Portuguese) but only focused in Videogames, if interested just take a look at VIDEOJOGOS.

outubro 23, 2004

ACM Multimedia 2004


Presentation at Columbia University of the paper "Story Reaction Structures to Emotion Detection" in the 1st Workshop "Story Representation, Mechanism, and Context", ACM MULTIMEDIA . You can take a look at the paper and presentation slides at my homepage.

The workshop was very good, not too much people which gave it a familiar touch :). A lot of discussions on story aesthetics and representation, Kevin purposed some funny and thoughtful story exercises. We've seen papers about story focusing on almost every area from philosophy, psychology, linguistics, computer science, film and theater.

setembro 30, 2004

Well, here I come again with my doubts and new definitions and new focus and new paths.

Something sort of new today, we'll sort of let down the buzzword virtual reality and substitute it only for videogames.

We were talking yesterday about the fact that the convergence is being approached through film entertainment area and not the art, alternative or independent field. So why do we want to look at Virtual Reality art installations? That makes no sense. In order to follow a scientific systematization we need to develop a multidisciplinary work but we also need to develop convergences between convergent fields, fields with some common inside. And that common inside is also the common goal of the overall work, and that is nothing more that the developing of tools that will be able to deliver an Entertainment Experience, emotionally and significantly richer.

Because of that our area is now more clearly defined and we can say it without shame that we?re really developing academic work in the area of games. We chose for now to call them VR Games instead of video or computer games. Because we'll not define aesthetics in Tetris or Pac-man but we'll work only with games that we'll be able to proportionate a virtual experience in the sense of the world depth being displayed tridimensionally. We are here also talking about a truly interactive story experience in spatial and temporal environment that awaits the user actions to reveal and not a multi-linear bag of cinematic sequences that asks players what story ending they want.

So we're trying to develop systematization or taxonomy of emotions in interactive storytelling through film and vr games, defining aesthetics convergences.

agosto 28, 2004

Love Robot
From Schopenhauer 'Metaphysics of Love' to Bjork/Cunningham 'All Is Full of Love'

Machines will never have real emotions because they don't need them.

Love doesn't make any sense in a machine because we only have this feeling to feed the passion and attraction necessary to provoke reproduction of our species (Schopenhauer).

So machines doesn't need to play sex to reproduce they will generate themselves in assemblage lines.

In this way what we need from robots is not a development of structures to generate emotions in robots we don't need them to be feeling robots.

They will need to be able to generate representations of human emotions - expressing emotions - and also able to recognize human emotions and having algorithms able to response to humans.
Robots will need this only in communication between robot-human not robot-robot.

julho 23, 2004

What is ART?
 
Three theories or perspectives to look at art.

a)      emotivist theory - artistic expression of emotion, artist-based emotional theory of art
b)      sentimentalist theory - emotional responses of the viewer/listener, audience-based emotional theory of art
c)      rationalist theory - rational communication + rational production

Using the three perspectives we can try to look at art as:

Something created intentionally, being able to communicate anything that will elicit a determined set of emotions in the receiver
 

julho 18, 2004

In the beginning I was looking for the convergence between film and virtual reality. I had a path to follow, to do a profound film study of 3-4 movies related to virtual reality, analysing the future consequences of VR in reality, in life, society, film - in the end a cultural analysis.
 
Then I turned my interests to storytelling - narratives, the art of storytelling, stereotypes of narrative - more versed in art theories.
 
Then I looked at emotions, the way to build emotions in a videogame through storytelling - psychology is over my head. 

In some way i've returned back to my prior quests before the PhD - Why is interactive content communication (like virtual reality) not as emotional as film?
 
Don't know where I'll be in the next couple of months. I feel that I need to focus, and above all to find a strong link between these works already done. I'll need to bang my head in looking for answers. Where is the goal, what is my final target, what am I trying to prove that nobody else have already tried?
 
Just know that I want something that mixes emotions, film, VR and storytelling. I also know that there are some people out there working in the same area and that probably already found some solutions. Maybe that I need to focus a bit more in a sub-area of all this 4 mixed areas... at the same time I'm afraid to go deeper because every time I've to write something (papers) on the area, I've to justify and explain everything in the beginning because not everybody is aware of the state-of-the-art in the 4 areas.
 
So, that's where I'm now. I'm working in the building of a straight line for this multidisciplinary PhD. Hope to find some answers till the end of the summer, in the between I'll have to finish the chapter on film study.  

julho 13, 2004

Today is a happy day :)

Yesterday I've won the prize for the best paper presented at the conference

Games2004 - Digital Entertainment and Interactive Games, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 12 July

I presented the paper "Emotion and Suspense in the Interactive Storytelling".

I argued in this paper that we can develop suspense in both cinema and interactive storytelling but the emotional result from suspense diverge completely. Then I presented some new perspectives to allow some convergence in the emotional experiences in order to raise the amount of significance of the experience to the user.

I'll post soon the slides from the conference at my homepage.

junho 20, 2004