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dezembro 31, 2021

Quando Deixamos de Entender ou o Terrível Verdor

"When We Cease to Understand the World" (2020) começa como um normal livro de divulgação de ciência — química, física e matemática —, mas imensamente estimulante, apresentando muitos factos excêntricos e pouco conhecidos. À medida que se avança vamos sentindo que o descritivo do mundo científico se vai deixando contaminar pelo narrativo da ficção criada pelo autor como modo de intensificação daquilo que parece querer dizer-nos. Depois, no epílogo, somos brindados com uma pequena história que de tão realista, ainda que mantendo a excentricidade, se lê como metáfora de tudo o que foi apresentado antes, deixando-nos com uma forte ideia filosófica sobre o sentido da espécie. Labatut agradece no final a vários autores, de entre os quais W. G. Sebald, mas não seria preciso, esta é uma obra totalmente sebaldiana, pelo modo como fusiona ficção com não-ficção.

Edição da New York Review Books de 2021

maio 31, 2020

Design de Experiência através do “Power of Moments”

“The Power of Moments: Why Certain Experiences Have Extraordinary Impact” (2017) é o terceiro livro que leio dos irmãos Heath depois de “Made to Stick: Why Some Ideas Survive and Others Die” (2006) e “Switch: How to Change Things When Change Is Hard” (2010). Direi que este “Power of Moments” se aproxima bastante de “Made to Stick” pela estrutura, mas em termos de objetivos congrega os dois anteriores. Em “Made to Stick” tínhamos o modo como podíamos desenhar experiências que permanecessem na memória das pessoas. Em “Switch” tínhamos o modo como poderíamos contornar as dificuldades que se colocam à mudança. Em “Power of Moments” juntam-se ambos e temos então a discussão sobre o modo como o design de experiências pode contribuir para a transformação de pessoas. Percebe-se que é o mais ambicioso dos três, mas apesar de algumas boas ideias dificilmente entrega o que promete, principalmente pela dimensão da ambição. Ainda assim vale a leitura para quem trabalha na área.

abril 04, 2017

"Sapiens", porque dominamos o planeta?

Sapiens: A Brief History of Humankind” conta a história da nossa espécie, focando-se sobre o modo como passámos de presas a predadores e nos tornámos na espécie dominante. Yuval Noah Harari parte da sua disciplina base, a História, à qual acopla as restantes ciências sociais — Comunicação, Sociologia, Psicologia, Economia e Geografia — tudo estruturado por uma lógica Evolucionista. O resultado é uma obra de divulgação de ciência dotada de enorme retórica e alcance conceptual, capaz de colocar Harari ao nível de Carl Sagan, David Deutsch, Jared Diamond, Stephen Hawking ou Richard Dawkins.


Bastam as primeiras páginas para percebermos que estamos perante um texto distinto, no qual Harari define desde logo três momentos chave no seu enquadramento sobre o modo como a espécie humana transformou por completo a sua presença no planeta: a Revolução Cognitiva (70,000 anos a.c.); a Revolução Agrícola (10,000 anos a.c.); e a Revolução Científica (1500 d.c.). Harari foca todo o historiar a partir da primeira revolução, contando a nossa história ao longo destes 70 mil anos, numas breves 400 páginas.

Assim, até à Revolução Cognitiva, seríamos uma espécie como as outras, indefesa e presa fácil. A partir deste momento, passámos a contar com a Linguagem e com a Comunicação que iriam suportar a cooperação em larga-escala, permitindo-nos começar a trabalhar em grupos, comunidades, tribos e depois nações, ou seja, permitiu-nos organizar-nos e sair de África para conquistar todo o planeta. A partir deste ponto, o nervo central da nossa história deixa de ser a Biologia e passa a ser a Cultura por nós produzida. Nestes 70 mil anos, biologicamente falando pouco mudámos enquanto Sapiens, já culturalmente nada mais fizemos do que mudar.

A Revolução Agrícola apresentada por Harari não traz muito de novo, tendo em conta que Jared Diamond praticamente esgotou o tema nas suas obras, ainda assim existe espaço para a primeira grande provocação deste livro: terá sido um erro? Tendo em conta os níveis de felicidade humana, Harari questiona se não nos teremos tornado mais infelizes, ao deixar-nos sedentarizar e escravizar pelo trabalho duro e pesado da agricultura, tudo em nome de mais conforto. A questão tem provocado imensa discussão, não vou tomar partido, assumo antes um conceito criado por K. Kelly há uns anos, o da “inevitabilidade tecnológica”, e que Harari quase aflora, e que nos diz que somos de certo modo impulsionados pela tecnologia, enquanto parte da cultura, a inventar e a inovar. Deste modo não adianta muito questionar se terá sido um erro, já que dificilmente se pode ver como uma escolha da espécie.

Ambas as revoluções foram fruto de uma tecnologia base da comunicação, o ato de contar histórias que sustenta os mitos e as religiões. Foi através deste que pudemos criar imaginários coletivos, capazes de produzir crença e assim solidificar a colaboração na base da confiança uns nos outros. Contudo a uma determinada altura, os mitos e as religiões estagnariam o progresso, nomeadamente pelo seu distanciamento cada vez maior da realidade. Basta olhar para os séculos da idade medieval e o seu resultado em Inquisições religiosas. E é aí que Harari coloca a última revolução, a científica, que transformaria por completo o imaginário e impulsionaria avanços na capacitação da espécie, que antes nunca teriam sido sequer sonhados.

Harari é fortemente dotado na retórica pela narrativa, usa recorrentemente pequenas histórias, que polvilha com imensos factos, e afirma sem dúvidas, o que tem a dizer. Ou seja, partindo do pressuposto que as estruturas narrativas da nossa História são meramente especulativas, Harari faz aquilo que Sagan fazia, assume a sua escolha, e conta a sua história, como se da verdade absoluta se tratasse. Isto é problemático em termos científicos, mas por outro lado, é fundamental em divulgação científica. Não seria possível escrever um livro sobre 70 mil anos de história, se se ponderassem todos os caminhos e variáveis possíveis. O que Harari faz é contar a história, segundo pressupostos lógicos, fundamentados em processos dedutivos, assentes em grandes marcos teóricos.

Um desses marcos é o Evolucionismo. Toda a História de Harari se distancia do mero relatar de factos, da mera exposição do que terá acontecido, já que este se concentra antes em explicar porque aconteceu assim. E fá-lo munido de um grande conjunto de dados provenientes de uma série de disciplinas distintas. Ora o evolucionismo, apesar da sua problemática (não ser testável experimentalmente), acaba por funcionar muitíssimo bem em todo este trabalho, tal como já tinha acontecido com Dutton em “The Art Intinct”. Porque o evolucionismo contribui com um quadro teórico que sustenta um conjunto de preceitos lógicos e respondem de modo científico, ainda que teorizante, a questões que até aqui se enquadrariam no reino do mero mito.

Nesta senda Harari vai acabar por re-rotular muito daquilo que conhecemos, nomeadamente transformando todos os sistemas políticos — comunismo, capitalismo, socialismo, etc. — em religiões substitutas, no sentido em que passaram a ser estas quem dita as nossas condutas. Pelo meio Harari apresenta amiúde rasgos interpretativos soberbos, não totalmente deslocados de outros teóricos especulativos, nomeadamente no campo dos Estudos Culturais. Aproveito para deixar alguns desses rasgos:

Imaginário: Consumismo Romântico
“Even what people take to be their most personal desires are usually programmed by the imagined order. Let’s consider, for example, the popular desire to take a holiday abroad. There is nothing natural or obvious about this. A chimpanzee alpha male would never think of using his power in order to go on holiday into the territory of a neighbouring chimpanzee band. The elite of ancient Egypt spent their fortunes building pyramids and having their corpses mummified, but none of them thought of going shopping in Babylon or taking a skiing holiday in Phoenicia. People today spend a great deal of money on holidays abroad because they are true believers in the myths of romantic consumerism.”
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“Romanticism tells us that in order to make the most of our human potential we must have as many different experiences as we can. ”
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“Consumerism tells us that in order to be happy we must consume as many products and services as possible.”
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“Romanticism, which encourages variety, meshes perfectly with consumerism. Their marriage has given birth to the infinite ‘market of experiences’, on which the modern tourism industry is founded. The tourism industry does not sell flight tickets and hotel bedrooms. It sells experiences.”
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“Like the elite of ancient Egypt, most people in most cultures dedicate their lives to building pyramids. Only the names, shapes and sizes of these pyramids change from one culture to the other. They may take the form, for example, of a suburban cottage with a swimming pool and an evergreen lawn, or a gleaming penthouse with an enviable view. Few question the myths that cause us to desire the pyramid in the first place.”
Imaginário: Capitalismo
“Contrary to Aristotle, there is no known biological difference between slaves and free people. Human laws and norms have turned some people into slaves and others into masters. (..) 
Most people claim that their social hierarchy is natural and just, while those of other societies are based on false and ridiculous criteria. Modern Westerners are taught to scoff at the idea of racial hierarchy. They are shocked by laws prohibiting blacks to live in white neighbourhoods, or to study in white schools, or to be treated in white hospitals.
But the hierarchy of rich and poor – which mandates that rich people live in separate and more luxurious neighbourhoods, study in separate and more prestigious schools, and receive medical treatment in separate and better-equipped facilities – seems perfectly sensible to many Americans and Europeans. Yet it’s a proven fact that most rich people are rich for the simple reason that they were born into a rich family, while most poor people will remain poor throughout their lives simply because they were born into a poor family.”
Imaginário: A Felicidade
“What good was the French Revolution? If people did not become any happier, then what was the point of all that chaos, fear, blood and war? Biologists would never have stormed the Bastille. People think that this political revolution or that social reform will make them happy, but their biochemistry tricks them time and again.” 
“There is only one historical development that has real significance. Today, when we finally realise that the keys to happiness are in the hands of our biochemical system, we can stop wasting our time on politics and social reforms, putsches and ideologies, and focus instead on the only thing that can make us truly happy: manipulating our biochemistry. If we invest billions in understanding our brain chemistry and developing appropriate treatments, we can make people far happier than ever before, without any need of revolutions. Prozac, for example, does not change regimes, but by raising serotonin levels it lifts people out of their depression. Nothing captures the biological argument better than the famous New Age slogan: ‘Happiness Begins Within.’ Money, social status, plastic surgery, beautiful houses, powerful positions – none of these will bring you happiness. Lasting happiness comes only from serotonin, dopamine and oxytocin.”
Sim, ele está a falar de uma espécie de Soma do “Admirável Mundo Novo”. Mas a seguir diz,
“the findings demonstrate that happiness is not the surplus of pleasant over unpleasant moments. Rather, happiness consists in seeing one’s life in its entirety as meaningful and worthwhile. There is an important cognitive and ethical component to happiness (..) “As Nietzsche put it, if you have a why to live, you can bear almost any how. (..) “Though people in all cultures and eras have felt the same type of pleasures and pains, the meaning they have ascribed to their experiences has probably varied widely (..) medieval people certainly had it rough. However, if they believed the promise of everlasting bliss in the afterlife, they may well have viewed their lives as far more meaningful and worthwhile than modern secular people, who in the long term can expect nothing but complete and meaningless oblivion” 
“So our medieval ancestors were happy because they found meaning to life in collective delusions about the afterlife? Yes. As long as nobody punctured their fantasies, why shouldn’t they? As far as we can tell, from a purely scientific viewpoint, human life has absolutely no meaning. Humans are the outcome of blind evolutionary processes that operate without goal or purpose. Our actions are not part of some divine cosmic plan, and if planet Earth were to blow up tomorrow morning, the universe would probably keep going about its business as usual. As far as we can tell at this point, human subjectivity would not be missed. Hence any meaning that people ascribe to their lives is just a delusion.” 
“If happiness is based on feeling pleasant sensations, then in order to be happier we need to re-engineer our biochemical system.”

“If happiness is based on feeling that life is meaningful, then in order to be happier we need to delude ourselves more effectively.”  
“Is there a third alternative?”

Terão de ler o livro para saber se existe essa terceira alternativa. Resumindo, o mais relevante é como Harari acaba a demonstrar com estes imaginários, o quão somos feitos de ilusões (e não parece estar sozinho a julgar pela última entrevista de Dennett) e o quão frágeis, efémeros e inconstantes somos por oposição a todo nosso escafandro biológico. No último capítulo Harari leva a especulação para o futuro e mostra-nos um possível novo mundo no qual a espécie sapiens desaparece para dar lugar a uma espécie de neo-sapiens. Seremos outros, alterados externamente com próteses computacionais, assim como transformados biologicamente a nível celular e de DNA. É verdade que Harari parece apresentar um discurso algo pessimista, mais ainda quando comparado ao otimismo quase exacerbado de David Deutsch. Mas não deixa de ser um discurso realista, lógico e pela sua enorme eloquência imensamente atrativo.

A propósito da data de publicação. O livro foi publicado pela primeira vez em hebreu em 2011, apesar de Harari dominar o inglês, uma vez que se doutorou em Oxford, o que demonstra que se podem publicar grandes obras noutras línguas que não o inglês. É claro que a obra só se tornaria mundialmente famosa quando foi traduzida para inglês em 2014. Mas não tenhamos ilusões, não foi o inglês a razão do seu sucesso, mas o facto de pessoas famosas e poderosas como Obama, Bill Gates ou Zuckerberg o terem recomendado. Entretanto está já também traduzida para português pela Vogais, desde 2015.

Por último, e interessante mais para académicos, é o modo como surgiu o livro, depois de Harari ter sido obrigado a dar uma cadeira que não era a sua especialidade, História Mundial, sendo ele especialista em História Militar Medieval. Interessante porque mostra como os riscos da mudança implicam a criação de novo. Como também, se estivermos abertos a novas experiências poderemos encontrar novas razões, novos mitos para nos manter a sonhar a vida.

julho 01, 2016

"O Cérebro" (2015)

“O Cosmos do Nosso Interior”, assim se poderia chamar “The Brain: The Story of You” (2015), porque assume proximidade com a série “Cosmos”, desde logo por surgir como série (6 episódios), seguindo-se como livro, e ainda por contar com um cientista que, à semelhança de Carl Sagan, é também um brilhante comunicador. Não fosse tudo isto suficiente, acaba por ser ainda mais relevante o facto de se dedicar a dissecar um mundo de factos e conhecimentos que nos permite ganhar noção daquilo que somos, mas agora a partir do nosso interior, da matéria orgânica que permite a criação de vida conceptual.

“In a cubic centimeter of brain tissue there are as many connections as stars in the Milky Way Galaxy. Our thoughts, our hopes, and our dreams are contained in these three pounds of wet biological material.”

Assumido este figurino percebe-se que “The Brain: The Story of You” não é um livro académico no seu sentido formal mas um livro de comunicação de ciência. Ou seja, não é expectável que David Eagleman entre no detalhe, que vá além do state-of-the-art, mas antes e tal como Sagan, seja capaz de apresentar as melhores metáforas para a compreensão do modo como o nosso cérebro, e nós, funciona.

Neste sentido, talvez seja a escolha da metáfora computacional a maior crítica que tenho ao livro, embora Eagleman apresente várias outras metáforas, como a dos "flocos de neve", e se redima no final. É verdade que em termos de comunicação é a melhor abordagem, já que é o sistema complexo mais próximo das pessoas, e mais presente na atualidade, mas por vezes sinto-o demasiado preso à metáfora, incapaz de se desligar e ir além. No final quando se lança na explicação dos possíveis futuros que no esperam, então Eagleman assume que todo este posicionamento é apenas uma hipótese, a chamada “computational hypothesis of the brain”. Assumindo que como tal pode simplesmente falhar no momento em que depois de desenvolvida a primeira simulação do cérebro, o objeto do projeto europeu “Human Brain Project”, se perceba a impossibilidade de criar a simulação de uma mente sem a presença de um corpo orgânico.

Se apresento esta crítica é por ser cada vez mais evidente esta distanciação, que apesar de ir sendo reconhecida e discutida continua sendo enunciada e defendida sem a devida reflexão. Este problema aconteceu antes, quando defendemos o cérebro como sistemas maquínicos de rodas dentadas, depois como sistema elétrico, ou ainda como sistema comunicacional do tipo do telégrafo. O cérebro, à semelhança do cosmos, é complexo, imensamente difícil de compreender, de abarcar o todo através da limitação da nossa compreensão, e por isso necessitamos constantemente de recorrer a metáforas para baixar o nível de complexidade e assim podermos conceber, ainda que abstractamente, os seus objetos, elementos, forças, no fundo a sua base funcional.

Assumida a crítica, que não pretende retirar força ao livro, nem ao trabalho de Eagleman, quero deixar alguns dos pontos altos do livro que valem a pena, apesar de não serem novos, estão muito bem apresentados e suportados, e valem por si só a leitura do livro. Falo dos pontos sobre a Ilusão e a Socialidade do Eu. No primeiro Eagleman assume o posicionamento que já vem de Platão, mas é bastante mais incisivo, direto, suportado com muita investigação empírica, conseguindo-nos demover do nosso conforto. No segundo ponto dá conta daquilo que faz de nós seres humanos, assumindo a base da construção do cérebro, do Eu, na relação com os outros, afirmando mesmo que não existe um Eu sem um Outro.

A Ilusão do Cérebro
“How does the biological wetware of the brain give rise to our experience: the sight of emerald green, the taste of cinnamon, the smell of wet soil? What if I told you that the world around you, with its rich colors, textures, sounds, and scents is an illusion, a show put on for you by your brain? If you could perceive reality as it really is, you would be shocked by its colorless, odorless, tasteless silence. Outside your brain, there is just energy and matter. Over millions of years of evolution the human brain has become adept at turning this energy and matter into a rich sensory experience of being in the world. How?”
“Your brain serves up a narrative – and each of us believes whatever narrative it tells. Whether you’re falling for a visual illusion, or believing the dream you happen to be trapped in, or experiencing letters in color, or accepting a delusion as true during an episode of schizophrenia, we each accept our realities however our brains script them. Despite the feeling that we’re directly experiencing the world out there, our reality is ultimately built in the dark, in a foreign language of electrochemical signals. The activity churning across vast neural networks gets turned into your story of this, your private experience of the world”

A Dor Social

“In the early weeks and months of solitary confinement you’re reduced to an animal like state. I mean, you are an animal in a cage, and the majority of your hours are spent pacing. And the animal-like state eventually transforms into a more plant-like state: your mind starts to slow down and your thoughts become repetitive. Your brain turns on itself and becomes the source of your worst pain and your worst torture. I’d relive every moment of my life, and eventually you run out of memories. You’ve told them all to yourself so many times. And it doesn’t take that long.” Palavras de Sarah Shourd, presa no Irão em 2009, colocada em prisão solitária, com a excepção de dois períodos de 30 minutos diários, durante 410 dias.

setembro 28, 2012

Jonah Lehrer forjou citações

É com enorme tristeza que faço este artigo neste blog. Mas depois de ter lido os seus três livros, e os ter analisado para este blog, seria imperdoável se não o fizesse - Imagine: How Creativity Works (2012), How We Decide (2009), Proust Was a Neuroscientist (2007). Quando soube inicialmente desta notícia nem quis acreditar, resolvi esperar para tentar perceber em detalhe o alcance daquilo que se dizia. Mas chegou a altura de o escrever aqui, divulgar que o autor Jonah Lehrer procedeu à fabricação de citações e mentiu sobre as suas fontes.


Jonah Lehrer com apenas 30 anos tinha acabado de conseguir ser contratado pela New Yorker, uma das revistas mais selectas do mundo. E se o conseguiu foi porque nos seus três livros e nos muitos textos que publicou na Wired, no Wall Street Journal e em vários outros jornais e revistas de renome, demonstrou uma enorme inteligência, perspicácia, e acuidade para interpretar a realidade à luz dos novos preceitos da neurociência. Aliás basta ver que o seu livro Imagine chegou ao primeiro lugar do NYT na primeira semana.

Imagine: How Creativity Works (2012), How We Decide (2009), Proust Was a Neuroscientist (2007)

Deste modo o seu contrato com a New Yorker não durou sequer um mês, e pode-se ver na sua coluna online, que teve apenas tempo para realizar cinco entradas. Em todas essas é agora possível ler pedidos de desculpa da New Yorker a propósito de autoplágio. Ou seja, partes daqueles textos foram publicados previamente em outros textos. Mas não foi por isto que a New Yorker o despediu. Quando isto foi descoberto, o editor ainda desculpou o autor, esperando que não voltasse a acontecer. O problema acontece a seguir quando se descobre que Lehrer forjou citações de Bod Dylan para o livro Imagine. Ou seja, no livro Imagine aparecem frases, que supostamente terão sido ditas por Dylan, mas que nunca o foram, e é aqui que a carreira de Lehrer começa a sua queda vertiginosa.

Nota de aviso da Wired

A New Yorker despede Lehrer, e começa uma enorme investigação a tudo o que Lehrer escreveu e publicou. Desse modo no final de Agosto, e depois de se descobrirem mais problemas nos textos na Wired, é a vez da Wired o despedir. Entretanto a editora Houghton Mifflin Harcourt dos livros de Lehrer retira do mercado Imagine e começa também uma investigação que ainda decorre aos três livros. Depois foi a vez do Wall Street Journal retirar também dois artigos da sua página online, e corrigir dois outros.

Nota de aviso da New Yorker

As notícias correm online em vários sítios de referência. Nota-se contudo alguma contenção por parte de quem escreve, porque acredito que muitos devem ter ficado tão chocados como eu fiquei, tornando-se muito difícil de digerir tudo isto. Apesar de tudo isso e procurando não me deixar levar por esse viés, concordo totalmente com o professor de jornalismo, Charles Seife, contratado pela Wired para analisar os seus posts, que acaba o seu parecer dizendo o seguinte,
Lehrer's transgressions are inexcusable—but I can't help but think that the industry he (and I) work for share a some of the blame for his failure. I'm 10 years older than Lehrer, and unlike him, my contemporaries and I had all of our work scrutinized by layers upon layers of editors, top editors, copy editors, fact checkers and even (heaven help us!) subeditors before a single word got published. When we screwed up, there was likely someone to catch it and save us (public) embarrassment. And if someone violated journalistic ethics, it was more likely to be caught early in his career—allowing him the chance either to reform and recover or to slink off to another career without being humiliated on the national stage. No such luck for Lehrer; he rose to the very top in a flash, and despite having his work published by major media companies, he was    operating, most of the time, without a safety net. Nobody noticed that something was amiss until it was too late to save him.
Fica aqui explícito, que não é apenas uma questão de verificação, para mim é uma questão de vida em alta-velocidade. Em todos os trabalhos criativos, todos temos que cada vez dar mais, e mais, e mais, em cada vez menos, e menos, e menos tempo. E isso complica tudo. Eu próprio apesar de ser muito arrumado em termos de organização de ficheiros, textos e imagens, já dei por mim a tentar perceber se uma determinada frase que estava num txt/doc era minha ou retirada de uma qualquer página da net. Tentar perceber se o tipo de escrita era minha, e claro fazer a pesquisa no Google, que nem sempre ajuda, caso tenhamos entretanto já mexido na frase. Face ao Lehrer tenho a vida facilitada, porque o facto de escrever em Português e usar maioritariamente fontes em inglês, ajuda a distinguir facilmente os textos que vamos colando nas folhas de texto.

Claro que nada disto desculpa a sua atitude. Chegamos a um ponto em que percebemos que isto era o seu modo de funcionar, o constante remix de tudo o que digeria. E na verdade Lehrer era excelente nisso, era brilhante mesmo. E por isso mesmo alguns dizem, que apesar de ter caído tão fundo, ainda voltaremos a ler a sua escrita. E a realidade, é que a última notícia sua que temos, é que este está neste momento a escrever sobre todo este assunto.

agosto 31, 2012

Jovens Criadores 2012 e Residência no Canada

Estão abertas as inscrições para o concurso Jovens Criadores 2012. Já na sua 15ª edição, esta é uma iniciativa conjunta do Instituto da Juventude e do Clube Português de Artes e Ideias, que se destina a dar a conhecer artistas em início de carreira, até os 30 anos, de nacionalidade portuguesa ou residentes no país. As inscrições decorrem até 14 de Setembro.


As áreas a concurso são: Artes Digitais, Artes Plásticas, Banda Desenhada, Dança, Design de Equipamento, Design Gráfico, Fotografia, Ilustração, Joalharia, Literatura, Moda, Música, Teatro e Vídeo. Os projectos seleccionados serão apresentados na Mostra Jovens Criadores 2012. Do corpo de artistas seleccionados é escolhida uma delegação que representará Portugal na próxima edição da Bienal de Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo ou da Mostra de Jovens Criadores da CPLP.

Alguns dos artistas nacionais foram aqui descobertos, nomes como Alexandra Moura, André Murraças, André Sier, Cristina Filipe, Gonçalo M. Tavares, João Fazenda, João Garcia Miguel, João Pedro Vale, José Luís Peixoto, Rudolfo Quintas, Soraya Vasconcelos ou Tiago Guedes. Toda a informação sobre a iniciativa está em Clube Português de Artes e Ideias, podem aí descarregar o regulamento e a ficha de inscrição. Mais info pode ser conseguida através do telefone 963784030 ou e-mail: press@artesideias.com.


Para além desta iniciativa o Clube Português de Artes e Ideias tem aberto um concurso para uma bolsa de residência na área da criação literária em Montreal em 2013. Os autores deverã já ter publicado trabalho anteriormente e a data limite é 1 de Outubro 2012. Mais info aqui.

junho 17, 2012

Nova editora: engagePress

No próximo dia 21 Junho 2012 4 de Julho vou apresentar, juntamente com o Pedro Branco, a nova editora de livros de "arte+ciência", a engagePress, que funcionará como editora do laboratório engageLab. Estão desde já todos convidados. O local será o LCD, Guimarães.


O nosso objectivo com este novo selo editorial é garantir uma maior transferência de trabalho académico para a sociedade, e para isso tudo será editado sob Creative Commons. Eu e o Pedro acreditamos que o mundo precisa de se libertar das amarras do copyright no que toca ao conhecimento. A criatividade é sempre gerada a partir do remix de conhecimento prévio, e sem acesso a este dificilmente se pode inovar e avançar. Precisamos de trabalhar para a criação de uma cultura de participação e disseminação do conhecimento criativo. Precisamos não só de desenvolver novas tecnologias criativas, mas também de libertar o conhecimento para que mais pessoas possam entrar no processo.


No dia da apresentação contamos com a presença do Heitor Alvelos que nos irá falar sobre a sua visão à volta destas questões, e contamos ainda com a presença das autoras dos dois primeiros livros, a Raquel Pinto e a Liliana Rocha.

Visitem o site para obter mais informações em engagePress. Os livros serão todos editados no formato Pdf e iPad.

Se acreditam que o vosso trabalho merece estar estar nesta colecção contactem-nos.

março 04, 2012

1000 posts, publicações, entradas, textos

Ao fim de 9 anos chegámos à publicação número 1000 deste blog. Nem sempre ao mesmo ritmo, longe disso. Criei este blog como forma de ir escrevendo ideias e motivações para o meu doutoramento, mas na verdade só quando o acabei é que comecei a publicar mais activamente.


Assim entre 2003 e 2006 publiquei uma média de 20 entradas por ano. Entre 2007 e 2010 passei para uma média de 150 entradas ano. E no ano que acabou de passar, 2011, subi o número de publicações para  quase 250. Entretanto e a julgar pelo ritmo dos primeiros meses de 2012, acredito que este número de 2011 se poderá manter. Vamos ver.

dezembro 15, 2011

Pacotes de Jogos Indie #4

Os Humble Indie Bundles são pacotes de jogos independentes, que são vendidos e distribuídos online, por um preço que é determinado pelo jogador que compra. Para além disso os jogos são sempre multi-plataforma (Win, Mac e Linux) e livres de DRM. Uma vez comprados, ficamos com acesso a download vitalício do jogo.


De cada compra reverte sempre uma parte para associações de caridade (Cruz Vermelha Americana, ou Child's Play), no momento em que compramos podemos definir como é feita a divisão do dinheiro que pagamos: a percentagem que vai para a caridade, a percentagem para a distribuição, e a percentagem para os autores dos jogos. Como estes pacotes contém normalmente jogos num valor muito acima da média do que cada jogador paga, os pacotes nunca são disponibilizados durante mais do que 15 dias. Neste 4º pacote temos quatro grandes jogos independentes, entre outros.

Super Meat Boy (2010) é um jogo plataformas controverso, desenvolvido por apenas duas pessoas, Edmund McMillen e Tommy Refenes numa autêntica maratona para cumprir o calendário imposto pela Microsoft. Leiam o magnifico post-mortem do jogo realizado pela Game Developer Magazine.


Bit.Trip Runner (2011), foi o vencedor este ano do Excellence in Visual Arts, no 14º Annual Independent Games Festival.

NightSky (2011) é um jogo muito interessante de fisica em plataformas, mas que prima sobretudo pela beleza atmosférica.

Shank (2010), é destes quatro o que apresenta uma estética menos indie, e mais próximo da grande indústria até porque é distribuido pela EA. Julgo que a arte está muito boa, e só por isso vale a pena jogar.

dezembro 12, 2011

Workshop de Concept Art para Videojogos

O concept artist de vários videojogos nacionais produzidos por empresas como a RTS, a Ignite ou a BlitPop, vai dar um workshop sobre concept art, principalmente de cenário e ambiente, direccionado para pessoas que queiram seguir carreira em videojogos ou animação.



O Tiago Lobo Pimentel frequentou Design Visual no IADE, mas o que ele trará de melhor para um workshop deste género é a sua experiência acumulada ao longo dos vários anos no desenvolvimento de concept art específica para videojogos. Não existem muitos concept artists em Portugal, e menos ainda com experiência neste campo. Por isso será uma excelente oportunidade de contactar e aprender directamente com quem faz.


O workshop será dado em Lisboa (14, 21 e 28 de Janeiro 2012), e no Porto (17, 18 e 25 de Fevereiro 2012). Mais informação sobre datas, locais, e preços no site da EDIT.

novembro 29, 2011

Dia de Pagar ao Blogger 29.11

Pay a Blogger Day é uma iniciativa da Flattr que procura desta forma incentivar o suporte aos blogs. Na verdade já por várias vezes recebi as informações da Google para adicionar a publicidade aqui no blog, mas sempre recusei. Não me parece fazer sentido. Sobre o sistema de doações também não possuo, apesar de ter uma conta Paypal. Para já fica como está e por isso se algum de vós se sentir inclinado a fazer doações, ficam aqui alguns dos blogs a que podem doar: Brain Pickings,  Open Culture, The Curious Brain, entre outros.

"Alguns dos conteúdos mais inteligentes e bem informados veem de bloggers que o fazem porque querem, não por causa de dinheiro ou fama. Isto é apenas mais uma razão para dar alguma coisa de volta"
Se blogo aqui várias vezes por semana, é essencialmente por três razões:

a) Porque me dá gozo triar, filtrar, e escrever sobre o que realmente me toca.
b) Porque sinto o blog como um prolongamento do meu pensamento. Escrevendo aqui, organizo as ideias, e estas ficam registadas, para mais tarde poder ver como pensava, ou até re-utilizar algumas partes do texto.
c) Porque me sinto recompensado sabendo que as pessoas gostam do que vou escrevendo, pelo número de hits que os textos conseguem, mas também pelos e-mails que vão enviando e que geram uma particular sensação de realização.


 "Os bloggers raramente andam atrás da fama ou fortuna. Mas eles oferecem todos os dias, uma gigantesca quantidade do seu tempo livre para tornar os seus leitores mais inteligentes, mais felizes ou simplesmente mais eficientes a matar o seu tempo. Muitos fãs são excelentes na reciprocidade espalhando a palavra, comentando, comprando materiais dos blogs, ou mesmo fazendo doações. Mas é uma pequena gota no oceano comparado com o que gastamos em revistas carregadas de publicidade, ou dicas gorjetas para empregados hostis, se não mesmo rudes. Então e se todos nós déssemos algo de volta, para os bloggers, mesmo que por apenas um dia. Compre a sua T-Shirt, o livro com links afiliados, ou faça uma doação. Eles de certeza que a mereceram."

novembro 12, 2011

Sigam as vossas paixões, criem

O Holstee Manifesto surge de um grupo de três pessoas que resolveu despedir-se dos seus empregos para ir trabalhar nas suas paixões.

 The Holstee Manifesto

O que podemos ler aqui é um pequeno hino ao interior de cada um de nós. O Holstee Manifesto apresenta-se na forma de poesia sobre a arte de seguir as paixões que nos movem. Arranjar um sentido para vida, encontrar energia para a auto-motivação, elevar a auto-estima, sentir-se realizado.


O Manifesto é uma chamada para a ação, para construir uma vida cheia de paixão e criatividade. Tudo isto se resume a uma frase final do Manifesto, Go Out and Start Creating, por sinal muito próxima da frase que tenho neste momento no mural do Facebook.

Holstee began as a dream Mike, Dave and Fabian had to create a lifestyle for themselves - a lifestyle which reflects their manifesto. Holstee designs and curates with the hopes that each product and its inherent story inspires others to follow their dream. http://holstee.com/manifesto

novembro 07, 2011

Ser Empreendedor em Portugal

A direção do Mestrado em Media Interativos da UM e a coordenação da UC “Comunicação e Empreendedorismo” organizam uma sessão aberta com o criativo Miguel Gonçalves para problematizar e debater a questão do empreendedorismo e das técnicas de procura de emprego numa conjuntura de forte concorrência.

Ser empreendedor em Portugal – problemas e desafios da atualidade
por Miguel Gonçalves

Miguel Gonçalves é um criativo, um orador motivacional com formação em Psicologia que lançou a agência de criatividade Spark, localizada em Braga. A Spark desenvolve acções de formação, palestras e sessões de geração e discussão de ideias para empresas.
O mais recente projeto desta agência - So You Think You Can Pitch - foi encetado em parceria com a Factory e consiste na redifinição das redes de relacionamento entre as empresas e candidatos em Portugal.

O Miguel Gonçalves esteve em Junho deste ano no programa Prós e Contra sobre a Esperança no Futuro e fez um discurso que se tornou viral na rede, conjuntamente com a expressão "bater punho". Aqui fica esse discurso.


Guião da aula aberta

1. Afinal qual é o problema?

2. O Novo MindSet. Pensa como um empresário.
  2.1. Os mantras do empresário
  2.2. Fala a linguagem de negócio
  2.3. O teu modelo de negócio
  2.4. Os teus clientes
3. O teu trabalho é o teu produto e desenvolve-se no terreno, a bater punho.
  3.1. Porque é que o produto não vende?
  3.2. Conhece-te a ti Próprio
  3.3. Features do teu Produto
4. Produto que não está à mostra não vende. CV não é curriculum vitae, é Canal de Vendas

Quando: Terça-feira, dia 8 de Novembro de 2011, 18h00-20h00
Local: Auditório da Escola de Engenharia, em frente ao ICS, Campus de Gualtar, Universidade do Minho

Entrada Livre

outubro 04, 2011

Declaration of the Occupation of New York City

 
‹‹As we gather together in solidarity to express a feeling of mass injustice, we must not lose sight of what brought us together. We write so that all people who feel wronged by the corporate forces of the world can know that we are your allies.

As one people, united, we acknowledge the reality: that the future of the human race requires the cooperation of its members; that our system must protect our rights, and upon corruption of that system, it is up to the individuals to protect their own rights, and those of their neighbors; that a democratic government derives its just power from the people, but corporations do not seek consent to extract wealth from the people and the Earth; and that no true democracy is attainable when the process is determined by economic power. We come to you at a time when corporations, which place profit over people, self-interest over justice, and oppression over equality, run our governments. We have peaceably assembled here, as is our right, to let these facts be known.

  • They have taken our houses through an illegal foreclosure process, despite not having the original mortgage.
  • They have taken bailouts from taxpayers with impunity, and continue to give Executives exorbitant bonuses.
  • They have perpetuated inequality and discrimination in the workplace based on age, the color of one’s skin, sex, gender identity and sexual orientation.
  • They have poisoned the food supply through negligence, and undermined the farming system through monopolization.
  • They have profited off of the torture, confinement, and cruel treatment of countless nonhuman animals, and actively hide these practices.
  • They have continuously sought to strip employees of the right to negotiate for better pay and safer working conditions.
  • They have held students hostage with tens of thousands of dollars of debt on education, which is itself a human right.
  • They have consistently outsourced labor and used that outsourcing as leverage to cut workers’ healthcare and pay.
  • They have influenced the courts to achieve the same rights as people, with none of the culpability or responsibility.
  • They have spent millions of dollars on legal teams that look for ways to get them out of contracts in regards to health insurance.
  • They have sold our privacy as a commodity.
  • They have used the military and police force to prevent freedom of the press.
  • They have deliberately declined to recall faulty products endangering lives in pursuit of profit.
  • They determine economic policy, despite the catastrophic failures their policies have produced and continue to produce.
  • They have donated large sums of money to politicians supposed to be regulating them.
  • They continue to block alternate forms of energy to keep us dependent on oil.
  • They continue to block generic forms of medicine that could save people’s lives in order to protect investments that have already turned a substantive profit.
  • They have purposely covered up oil spills, accidents, faulty bookkeeping, and inactive ingredients in pursuit of profit.
  • They purposefully keep people misinformed and fearful through their control of the media.
  • They have accepted private contracts to murder prisoners even when presented with serious doubts about their guilt.
  • They have perpetuated colonialism at home and abroad.
  • They have participated in the torture and murder of innocent civilians overseas.
  • They continue to create weapons of mass destruction in order to receive government contracts.*
To the people of the world,

We, the New York City General Assembly occupying Wall Street in Liberty Square, urge you to assert your power.

Exercise your right to peaceably assemble; occupy public space; create a process to address the problems we face, and generate solutions accessible to everyone.

To all communities that take action and form groups in the spirit of direct democracy, we offer support, documentation, and all of the resources at our disposal.

Join us and make your voices heard!

*These grievances are not all-inclusive.

This was unanimously voted on by all members of Occupy Wall Street last night, around 8pm, Sept 29. It is our first official document for release. We have three more underway, that will likely be released in the upcoming days: 1) A declaration of demands. 2) Principles of Solidarity 3) Documentation on how to form your own Direct Democracy Occupation Group. This is a living document. you can receive an official press copy of the latest version by emailing c2anycga@gmail.com.››

More information at site OccupyTogether, tumblr We Are the 99%, facebook OccupyWall St., OccupyTogether, and OccupyEurope.

setembro 01, 2011

ACE 2011: Creative Technologies / Game Competition


ACE has become the leading scientific forum for dissemination of cutting-edge research results in the area of entertainment computing. ACE is by nature a multidisciplinary conference, therefore attracting people across a wide spectrum of interests and disciplines including computer science, design, arts, sociology, anthropology, psychology, and marketing. The main goal of ACE is to stimulate discussion in the development of new and compelling entertainment computing and interactive art concepts and applications.


This year I'll participate at the conference in two different fronts: a) with one workshop; and b) co-chairing the game competition. If you're interested in any of these two activities come join us and participate in the conference.


Workshop on Creative Technologies
This workshop will be a forum for exploration and discussion on the topic of creative technologies with the desire to bring together researchers from diverse disciplines who want to debate the current cultural movement, to contribute with new tools, new models, new paradigms, new approaches as also new critical perspectives to the theme. More info here.

Submission deadline: 15th September 2011


ACE 2011 Game Competition
The ACE2011 game contest is a worldwide competition. It emphasizes the computation aspects of game development, not limited to programming. Teams submit software products, covering the whole software development process. More info here.

Submission deadline: 20th September 2011

maio 23, 2011

Mestrado em Media Interativos


Abrem hoje as candidaturas para a primeira edição do Mestrado em Media Interativos da Universidade do Minho, e estarão abertas até ao dia 14 de Junho 2011. Devo informar que este novo mestrado abrirá apenas de dois em dois anos, prevendo-se assim que a segunda edição aconteça apenas no ano de 2013/2014. A razão prende-se com a necessidade de garantir um acompanhamento de proximidade aos alunos durante o segundo ano do seu mestrado no qual farão o seu projeto e a sua dissertação.

Com esta nova proposta em Media Interativos a Universidade do Minho pretende contribuir para o desenvolvimento de competências de análise, crítica e criação de artefactos interativos com capacidade para comunicar e envolver eficazmente os experienciadores.

A área dos media interactivos requer dos seus mestres um olhar atento e constante do meio industrial, dos seus processos e problemas. Os especialistas necessitam de bases de sustentação próprias para a auto-motivação, apresentar uma atitude de grande empreendedorismo e uma vontade determinada em continuar a aprender. Necessitam ainda de possuir uma visão alargada sobre os processos de criação para os media interactivos e apresentar motivação para cruzar disciplinas e funções no seio das equipas.

O mestre em Media Interativos tem de apreciar as questões tecnológicas assim como as necessidades do mercado, as questões estéticas, os processos criativos e acima de tudo compreender as necessidades dos utilizadores finais dos seus produtos.

Tudo resumido, um mestre em Media Interativos será alguém que percebe o mundo de modo interativo, que busca na arte novas formas para inovar, mas que acima de tudo não abandona nunca o elemento base da criatividade e interatividade que é o brincar.

Mais informações podem ser encontradas na página do mestrado.

março 02, 2011

CECS Seminários: "Investigar em Ciências da Comunicação"

Numa organização do CECS e do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, vai realizar-se um ciclo de seminários doutorais sobre a temática geral “Investigar em Ciências da Comunicação”, com início já no próximo dia 4 de Março. Tendo como destinatários doutorandos e investigadores, propõe-se debater temas como “Os problemas do problema da investigação”, “Desenhar metodologias”, “Porque é que as teorias importam?”, “O processo da escrita” e “Onde interessa publicar?".

Esta jornada, que decorrerá na Sala de Actos do ICS (10h30-12h30), procura reflectir sobre as necessidades de formação dos estudantes de pós-graduação (dos alunos de doutoramento em especial) e dos investigadores do CECS, e sobre as formas mais adequadas de responder a essas mesmas necessidades.
Em cada sessão, com a duração de duas horas,estarão dois Professores, com visões e experiências de investigação distintas no campo das Ciências Sociais. Pretende-se que partilhem o seu entendimento e o modo como lidam,nas suas práticas de orientação e de investigação, com a questão em debate. A iniciativa visa melhorar as competências metodológicas dos alunos de doutoramento, promover a reflexividade das práticas de orientação, e a troca de experiências entre investigadores e entre investigadores e alunos.
O último seminário, subordinado ao tema “Onde interessa publicar?”, será centrado na escrita e na publicação de artigos científicos. Visa orientar alunos e investigadores na escolha de revistas, congressos e associações relevantes para a submissão de trabalhos e a procura de parcerias no mundo da comunicação, nos contextos luso-brasileiro, europeu e norte-americano.

Para investigadores externos ao CECS é necessária inscrição prévia via e-mail: cecs@ics.uminho.pt.

janeiro 03, 2011

Um Blog, porquê?

Acabo de ler a Lista de dez conselhos para quem quer começar um blog de António Granado e julgo que vale a pena replicar aqui esses conselhos.

1. Um blog tem de ser um compromisso sério e livre

2. Um blog deve ter um tema e explorá-lo profundamente

3. Blogar deve ser partilhar conhecimento e ter gosto nisso

4. Postar com frequência deve ser uma preocupação

5. Um blog é um espaço público, não é uma conversa de amigos

6. Um blog tem uma voz própria e deve ser coerente com essa voz

7. Antes de começar um blog, pensar duas vezes

8. Vale a pena apostar num domínio próprio e brincar com as ferramentas

9. Um blog pode ser a porta de entrada na profissão de jornalista

10. Os blogs não estão fora de moda

Gostei desta listagem de conselhos, sincera e honesta e que fazem da blogosefera o espaço de partilha de conhecimento que é nos dias de hoje.
Dos 10 conselhos e aplicados ao caso do Virtual Illusion excluiria os últimos 3.
O ponto 8 sobre o domínio é interessante mas não é tudo, além de que um dominio próprio é no meu entender já uma deturpação do carácter do blog. Isto no sentido em que um blog é parte de uma comunidade alargada que partilha uma mesma plataforma, logo uma mesma identidade no seu link.
Quanto ao 9, é interessante para todos os que trabalhem na área, de resto, o blog será cada vez mais um elemento relevante de análise num portefólio.
E o 10, porque não é um conselho, antes uma constatação, como tal não se enquadra nesta lista.

setembro 08, 2010

Academia e indústria na Videojogos


À semelhança dos outros anos a Videojogos trás em 2010, para além dos artigos científicos e das demonstrações da produção que se vai fazendo, convidados de relevo numa determinada área. Este ano estão garantidas para já uma apresentação da academia e outra da indústria. Do lado da academia Sara de Freitas ligada ao campo de estudos dos Serious Games, do lado da indústria Sérgio Varandas ligado ao conceito de "free play" online.

Dr.ª Sara de Freitas - Serious Game Institute
"Sara is Director of Research at the Serious Games Institute at the University of Coventry where she leads an applied research team working closely with industry. Recently appointed Professor of Virtual Environments she holds a visiting senior research fellowship at the London Knowledge Lab, London, and is a Fellow of the Royal Society of Arts.

In 2003 Sara founded (and continues to Chair) the UK Lab Group, which brings the research and development community together to create stronger links between industrial and academic research through supporting collaborative programmes and for showcasing innovative R&D solutions for the knowledge economy. Voted the Most Influential Woman in Technology 2009 by US Fast Company, Sara chaired the IEEE Serious Games and Virtual Worlds conference in 2009, and is a regular speaker at international conferences. Sara currently holds funding from the Advantage West Midlands, Erasmus Scheme, European Regional Development Fund, European Union and the Technology Strategy Board. Her current lines of research are examining multimodal interfaces, experience design and perceptual modelling in games and virtual worlds. Sara publishes widely in the areas of: pedagogy and e-learning; change management and strategy development for implementing e-learning systems and serious games and virtual worlds for supporting training and learning."


Eng. Sérgio Varandas - MINICLIP.com
Sérgio Varanda é o Director da Divisão móvel da Miniclip.com. Miniclip.com é o maior portal de jogos online do mundo com mais de 57 milhões de utilizadores únicos mensais.

Sérgio está sediado em Londres, mas lidera o escritório da Miniclip Portugal, que se dedica exclusivamente ao desenvolvimento de videojogos para dispositivos móveis com principal foco em jogos para iPhone, iPod e iPad. Com mais de 2 anos de experiência na área de jogos para o iPhone, Sérgio foi responsável por vários jogos de sucesso como o Fling, Fragger e Fuzzle, que no total venderam mais de 1 milhão de cópias. No passado, Sérgio trabalhou durante 5 anos na Skype estando responsável pela criação de muitos dos produtos pagos da maior empresa de VOIP do mundo."

Para mais informações consulte-se o Programa e a página da conferência.